terça-feira, 10 de março de 2015


Caros gestores e gestoras,

Nesta nossa segunda conversa, aproveito o grande número de mulheres entre nossos gestores para chamar a atenção, neste mês da Mulher, para os resultados obtidos pelas políticas públicas com o público feminino. Avanços que, reconhecemos, só aconteceram com o esforço e o trabalho conjunto de todos nós, no governo federal, nos estados e nos municípios. 
As mulheres representam mais da metade da população brasileira. Sofrem de forma mais dramática os efeitos da pobreza e da miséria, sobretudo as famílias chefiadas por mulheres negras. Chegar até elas e oferecer oportunidades de uma vida mais digna e de um futuro melhor é um dos nossos grandes desafios diários. E estamos avançando. 
Os resultados de nossas ações na melhoria de vida das mulheres não estão apenas nos nossos números e estatísticas. Eles são evidentes para mim a cada vez que viajo pelo Brasil para eventos como, por exemplo, as formaturas do PRONATEC. Vejo, ali, nas plateias majoritariamente femininas de formandos, a força, a determinação e o compromisso das mulheres brasileiras consigo mesmas. No exercício de seus direitos como cidadã, na busca por crescimento profissional e por uma vida melhor e mais digna. 
As mulheres estão procurando qualificação profissional muito mais do que os homens. Das 1,7 milhão de matrículas registradas em cursos do PRONATEC, 67% foram vagas preenchidas por elas. São maioria dos microempreendedores individuais inscritos no Cadastro Único e nas operações do Programa Crescer. Estão se incluindo no projeto de desenvolvimento social do país. Estão reescrevendo suas histórias. 
Ouço todos os dias relatos de superação destas mulheres, como tenho certeza que vocês também. A preferência concedida a elas na titularidade do Bolsa Família fortaleceu a participação das mulheres na gestão da renda familiar e está mudando o padrão de comportamento nas famílias, com maior igualdade entre gêneros. 
Vamos lembrar: das famílias que recebem o benefício, 93% têm como titulares responsáveis as mulheres, das quais 68% são negras. Dos 22 milhões de pessoas que superaram a extrema pobreza no Brasil por meio dos benefícios do Bolsa Família, entre 2011 e 2014, 54% são do sexo feminino. É um importantíssimo avanço, mas temos que fazer mais. 
Há um enorme esforço para aumentar a oferta de escolas em tempo integral para a população mais pobre, assim como garantir creches para as crianças de até 48 meses. Com quase 708 mil crianças do Bolsa Família matriculadas em creches, mediante apoio do Ministério do Desenvolvimento Social, um número maior de mulheres teve garantidas melhores oportunidades de participar do mercado de trabalho. Mas ainda temos que avançar. 
Talvez poucos saibam, mas no MDS atua, desde 2009, um Comitê de Políticas para as Mulheres e de Gênero, com o objetivo principal de promover a inclusão de políticas para as mulheres e de gênero nas ações, projetos e programas desenvolvidos pelo ministério. Temos sempre este olhar. 
Ainda existe, sabemos, uma triste realidade de desigualdade, de preconceito e de violência contra a mulher no Brasil. Mas o trabalho realizado pela nossa rede tem sido fundamental, por exemplo, para que as mulheres vítimas de violência recebam o apoio e atenção adequados. E fico feliz em ver que 68% dos CRAS abordam regularmente os Direitos das Mulheres como temática nos grupos do Programa de Atenção Integral às Famílias. É este o caminho. 
E aqui eu gostaria de remeter ao começo de minha carta e lembrar que a engrenagem dos programas e ações coordenados pelo MDS está intrinsicamente ligada às mulheres: 82,7 % da força de trabalho dos CRAS e CREAS e 76% dos gestores do Bolsa Família e do Cadastro Único são do sexo feminino. 
A elas - e a todos os que participam da execução de nossas políticas sociais - os meus parabéns pelo trabalho engajado em trazer direitos à vida de tantos brasileiros. E brasileiras. 

Desejo a todos um ótimo mês,

Tereza Campello

Fonte: Cá entre nós – Março de 2015.



Nenhum comentário:

Postar um comentário